sábado, 4 de fevereiro de 2012

Tempestade vermelha na Espanha

Quem já leu o romance O Paciente Inglês, sabe quanto as palavras são poderosas. Em determinado trecho do livro, o escritor Michael Ondaatje, descreve de forma perfeita o aroma das tempestades vermelhas. Com riqueza de detalhes, passeia pelas letras e palavras transmitindo aos leitores o aroma e a imagem das areias vermelhas dos desertos ao norte da África. Depois mostra como os grãos de areia são levados pelos ventos formando as famosas tempestades vermelhas que desaguam no sul da Espanha. Um dos lugares atingidos pelas tempestades é Salou, um badalado balneário as margens do Mar Mediterrâneo.
Além das atrações naturais lá acontece uma das etapas do Campeonato Mundial de Rali (ou World Rally Championship, WRC). E quando se fala em Mundial de Rali a marca Subaru vem a nossa mente, graças aos títulos mundiais conquistados pelo modelo Impreza. Esse talvez seja um dos mais eficientes modelos de marketing para associar a imagem de uma marca à resistência e performance. Com esse passado a marca Subaru coleciona fãs em todo o mundo e aqui no Brasil não é diferente.
Mas e na vida real afastado das competições como é ter um Subaru? Afinal, longe do glamour e dos holofotes quando é sua família que está dentro do carro, quando é você que paga despesas de combustível, manutenção e desvalorização. Para descobrir um pouco do dia de quem tem um Subaru bati um papo com o Leandro. Assim como eu é morador de Atibaia, entusiasta pela marca possui dois Subaru Outback. “O mais velho tem 400 mil km e nunca me deu trabalho”. Além desse mais antigo tem outro Outback modelo 2001 muito bem conservado e que faz sucesso nas ruas. Subaru é um carro resistente, mas um pouco enjoado “ele não aceita peças que não forem originais”, alerta Leandro. Porém os preços de peças, segundo o proprietário, não é um problema, existem vários fornecedores e ainda a possibilidade da importação via E-bay por exemplo, “Claro é um carro que exige conhecimento, não é para preguiçosos apenas ligar e andar, tem que gostar e curtir o carro, ficar atento a manutenção para desfrutar dessa máquina”.
Quem pensa em ter um Subaru Outback encontra opções no site webmotors a partir de R$ 17.5 mil (ano 98) chegando aos R$ 153 mil (zero KM, 2011). O pacote de equipamentos é digno de marcas luxuosas como Mercedes e BMW, mas o grande barato do Outback é sua propensão a aventuras, são vários os relatos de usuários que usam e abusam do seu carro que não apresentam ruídos internos o que comprova excelente padrão de acabamento.
Um problema relatado por muitos proprietários é a desvalorização e o preço exorbitante de peças nas concessionárias, alguns inclusive citam o nome do Grupo CAOA, representante oficial no País, pelas dificuldades da marca se firmar no Brasil. Parece que o Subaru é capaz de superar todos os obstáculos, até as tempestades vermelhas da Espanha, porém o único capaz de detê-lo é um pós-venda despreparado e concessionários que não valorizam o carro na hora da troca.